domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Tráfico de pessoas ainda é um problema invisível.

Há anos, o tráfico de seres humanos é praticado, principalmente por ser um negócio extremamente lucrativo, atualmente o tráfico internacional de mulheres e crianças movimenta US$ 7 bilhões a US$ 9 bilhões de dólares por ano, perdendo em lucratividade somente apenas para o tráfico de drogas e contrabando de armas. A prática do tráfico de seres humanos cresce em todo o mundo, somente no Brasil de acordo com o Ministério Público e a Polícia Federal, o número de pessoas traficadas para o exterior já soma 70 mil, a identificação e investigação desse crime em nosso país são de apenas 500 casos, entre 2005 e 2011.
Segundo estimativa da OIT ( Organização Internacional do Trabalho), 43% das vítimas do tráfico de pessoas são subjugadas para exploração sexual, e 32% pra exploração econômica ou laboral; as restantes (25%), são traficadas para uma combinação dessas formas ou por razões indeterminadas. A desigualdade econômica, a discriminação étnica e de gênero e o desenvolvimento assimétrico entre países e regiões acabam fazendo com que as pessoas traficadas sejam aliciadas por falsas promessas de dinheiro imediato e uma vida melhor em local distante de sua comunidade de origem.
A pessoa traficada pode ter sido forçada ou ainda ter dado seu consentimento, isso pode acontecer quando o traficante recorre à ameaça, coação, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade da pessoa ou à entrega ou aceitação de pagamento e benefícios. O consentimento da pessoa traficada é chamado de “engano” e não descaracteriza o crime, sendo assim mesmo consentindo em ser traficada a pessoa continua tendo o direito de ser protegido por lei.
A exploração também se configura quando a pessoa traficada é submetida a serviços forçadas ou à escravidão, o tráfico de seres humanos vitima principalmente de pessoas de baixa renda e de pouca escolaridade, que geralmente não tem o mínimo existencial garantido nem, consequentemente um projeto de vida, ou que já não acreditam mais na sua realização segundo as oportunidades oferecidas em sua própria comunidade, senão em outras regiões do seu próprio país ou mesmo no exterior.
Na maioria dos casos, as vítimas são crianças e adolescentes exploradas sexualmente, vendidas às vezes por suas próprias famílias; mulheres e transexuais levadas de suas comunidades de origem e forçadas e se prostituírem mulheres trabalhadoras ou homens e jovens submetidos ao trabalho forçado pessoas que terão seus órgãos retirados para comercialização ou crianças traficadas para adoção.
O trafico de pessoas não é apenas um crime, uma supressão ao direito de liberdade e de locomoção do individuo traficado; é uma afronta permanente e direita à dignidade e à autonomia definidos de sua própria condição de ser humano. As vitimas são sempre obrigadas a suportar condições atrozes de vida e trabalho capazes de aniquilar sua integridade física e psicológica, bem assim submetidas a ameaças e diferentes tipos de tontura e maus tratos para que não solicitem auxílio a autoridades ou denunciem seus algozes (pessoas cruéis).
Ainda existe, no entanto um longo percurso ao enfrentamento efetivo desse crime, o combate ao trafico de pessoas demanda além da participação estatal, amplo empenho das organizações da sociedade civil e dos cidadãos na prevenção desse crime. É imprescindível o fortalecimento da democracia participativa, para repensar estratégicas e programar novas políticas públicas em combate ao trafico de pessoas.
O crescimento econômico traz para o país uma oportunidade única de investimentos em políticas publicas, e atenção aos segmentos sociais mais vulneráveis de modo a reverter graves violações a direitos humanos e fundamentais. Nosso egoísmo e ganancia não pode nos tirar essa chance de diminuir a desigualdade econômica e social que assola o Brasil, nunca seremos uma nação desenvolvida se não houver um mínimo de bem estar social garantido a todos.
 
Autora: Claudia Albuquerque Gomes.

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