quarta-feira, 15 de maio de 2013

Violência nas Escolas: Culturas silenciadas

As agressões físicas e morais contra professores da rede escolar pública e particular chegaram a um nível em que o problema ultrapassa a responsabilidade das autoridades educacionais. Por que os alunos andam violentos com os professores? Antigamente se chamava os professores de tio(a), mestre e “profi”.
A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
Segundo uma pesquisa realizada nas escolas, 44% dos professores da rede estadual de ensino básico já sofreram algum tipo de violência as agressões mais comuns são as verbais (39%), o assedio moral (10%), a violência física com (5%) os números parecem pequenos porem, o que vimos são ações coercitivas representadas pelo poder e autoritarismo dos professores, coordenação e direção numa escala hierárquica estando os alunos no meio dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da sala de aula.
Até recentemente, as agressões físicas e morais contra professores se concentravam nas escolas dos bairros mais pobres, hoje o problema ocorre em quase todo a rede escolar estadual independentemente do perfil social e econômica dos bairros onde os colégios estão localizados.
Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades  violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em iguais condições para todos, tornando-os violentos conforme esses modelos sociais.
Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito aos próximo, através de atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas visando atingir os objetivos propostos no projeto politico pedagógico da instituição.
O descompasso entre a cultura escolar e a cultura juvenil a falta de sensibilidade pelas formas de ser dos jovens e do corpo e das artes, seriam também fontes de conflitos que podem potencializar violência nas escolas.
A cultura escolar, muitas vezes se baseia em uma violência de cunho institucional, o qual se fundamenta em diversos aspectos que constituem o cotidiano da escola, como o sistema de normas e regras que pode ser autoritário, as formas de convivência, o projeto politico- pedagógico, os recursos didáticos e a qualidade da educação.
Quando alunos agridem professores, o problema não é de mediação ou arbitragem, mas de desrespeito ao principio da autoridade, e isso exige não so  sindicâncias administrativas, mas abertura de inquerido criminal, proposição de ações judiciais e aplicação de penas severas, quem agride física ou moralmente um professor tem de responder, assim como seus responsáveis por esses atos.
 
Autora: Claudia Albuquerque Gomes
 

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